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REVELANDO O AQUÁRIO PLANTADO

REVELANDO O AQUÁRIO PLANTADO

O ECOSSISTEMA

 

      Ao iniciar a montagem de um aquário plantado faz-se necessário objetivar o equilíbrio de um frágil ecossistema contido em um cubículo de vidro, começando por aquilo que permitirá a vida, isto é, a camada fértil. Digo que permitirá a vida no sentido de ser a base para o crescimento e desenvolvimento das plantas.

        Sabe-se que em todo ecossistema a presença de determinado ser vivo influi nas interelações nele existentes. A consequência da introdução de macrófitas – ou hidrófilas ou ainda plantas aquáticas – em um plantado é o fornecimento de áreas sombreadas, aumento da disponibilidade de oxigenação devido às trocas gasosas, competição com as algas por nutrientes, absorção de nutrientes e de amônia, eliminada pela decomposição e fauna. A um nível micro, elas são capazes de abrigar parte das bactérias dos gêneros Nitrosomonas e Nitribacter, conhecidas como ‘bactérias nitrificantes’.

        As Nitrosomonas convertem a amônia que não foi metabolizada pelas plantas em nitrito, em um processo conhecido por nitrosação. Já as Nitrobacter, convertem nitrito em nitrato, em um processo de nitração. O desenho esquemático ao lado ilustra essa situação.

      Em seguida, deve ser utilizada a camada inerte, para recobrir a camada fértil. Esse procedimento faz-se necessário para evitar a excessiva proliferação de algas em decorrência da abundância de nutrientes.

       As algas são organismos extremamente flexíveis quanto a parâmetros e de rápida reprodução, sendo capazes de ocupar diversos ambientes, seja terrestre, aquático marinho ou dulcícola. Sua proliferação é favorecida com nitratos e nutrientes em excesso, sobretudo fosfato. Os tipos mais comuns são as algas verdes, marrons e petecas.

       Posteriormente, é hora de pensar os troncos e rochas do ‘hardscape’. Etapa essencial para a estética do aquário plantado, onde são conduzidos desenhos e tentativas de criar um layout harmonicamente agradável. Rochas e troncos estão intrinsecamente ligados de tal modo que o posicionamento de um, na maioria das vezes, influenciará o outro.

         Logo após, são definidas as plantas que irão compor a flora e regular todo o ambiente. Segundo a posição na coluna d’água, elas são divididas categoricamente em flutuantes livres, submersas livres, submersas enraizadas, enraizadas com folhas flutuantes e emergentes. Segundo a posição no aquário, podem ser plantas de fundo, meio e frente. Já de acordo com o tamanho, elas são agrupadas em altas, médias, baixas e carpetes.

        Para maximizar o desenvolvimento das macrófitas, faz-se necessário a injeção de Dióxido de Carbono (CO2) no ecossistema que, juntamente com a iluminação, determinam o processo da fotossíntese. Existem dois modos para isso, o CO2 caseiro ou “de garrafada”, que consiste em uma mistura de açúcar, água, fermento e bicarbonato, e o cilindro de CO2, um cilindro com Dióxido de Carbono pressurizado que permite controlar a quantidade de gás liberado.

 

A MECÂNICA

 

         Aquários precisam ser regulados por equipamentos que simulem as condições naturais e que mantenham a boa qualidade da água. Um deles é o filtro, cuja essência reside em reter partículas livres, por meio da filtragem mecânica; abrigar bactérias nitrificantes nas cerâmicas, por meio da filtragem biológica; e, em alguns casos, remover nutrientes excessivos, devido à filtragem química. Os tipos mais comuns são o filtro externo, sump e canister.

        A iluminação é mantida artificialmente por meio de lâmpadas e seu objetivo vai além de permitir o desenvolvimento das plantas, pois também visa simular o período de dia e noite. As lâmpadas mais utilizadas são as compactas, leds, tubulares e HQI, que devem possuir de 5000 a 6500 Kelvin de temperatura de cor e, normalmente, ficam ligadas entre 7 e 10 horas.

        A temperatura é regulada através de termômetros, cuja indicação é de 1 Watt por Litro, podendo a temperatura ideal variar de acordo com as espécies escolhidas. Vale ressaltar que temperaturas inferiores às necessidades da fauna podem acarretar o surgimento de doenças oportunistas, como o íctio.

 

A QUÍMICA

 

         A química envolve pH, GH e KH. O pH é mensurado de acordo com o grau de acidez da água. Podendo ser caracterizado em ácido, quando os valores são inferiores a sete; neutro, quando o valor é de sete, e alcalino, quando maior que sete.

         O GH, do inglês, Geral Hardness (dureza geral) diz repeito à concentração de Cálcio e Magnésio. É medido em graus de dureza (dH), sendo de 0 a 4 muito mole e de 18 a 30 muito dura. Também pode ser medido por ppm (partículas por milhão), onde a característica de muito mole corresponde a um valor de 0 a 70 e de muito dura de 320 a 530.

       O KH, ou dureza de carbonatos, relaciona-se à variabilidade de pH e é responsável pelo efeito tampão, isto é, a capacidade de estabilizar o pH. Quanto menor o KH, maior a variabilidade de pH. Quanto maior o KH, menor a variabilidade de pH.

Antônio Sant' Anna

© 2014 por AQUASAN. Sempre zelando pelo encanto e beleza de seu aquário.

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