As macrófitas são plantas que podem ser encontradas tanto em ambientes terrestres, em sua forma emersa, quanto ambientes aquáticos, em sua forma imersa. A presença delas mostra-se indispensável para o equilíbrio do ecossistema no qual se insere tendo em vista alguns benefícios básicos, dentre eles, fornecimento de abrigo à fauna aquática, desenvolvimento de microrganismos e a competição com as algas por nutrientes.

        Muito utilizadas em aquapaisagismo, são o fundamento dos famosos ‘plantados’, aquários cujo enfoque reside na flora e na harmonia do ambiente. Além de fornecer beleza estética e venustidade.

          Ao se pensar nessas plantas, assim como qualquer habitante de um aquário, peixe ou invertebrado, também se deve ter em mente suas necessidades, pois cada espécie possui uma característica que permite seu máximo desenvolvimento em determinado ambiente. Cultivando-as em aquários, por vezes tais exigências não são respeitadas, fator responsável por fazê-las enfraquecer, definhar e apodrecer.

         Todas as plantas renovam seus tecidos, sendo que as folhas e caules mais velhos deterioram-se. Assim, vem ao palco moluscos como as Ampulárias, Physas ou caramujos em geral. A aquarista curitibana Solange Nalenvajko assim define sua importância:

 

“Caramujos são quase sempre vistos como ‘praga’, inoportunos invasores com uma proliferação assustadoramente rápida. Mas quando consideramos seu hábito alimentar, observamos como são excelentes ajudantes alimentando-se de algas, sobras de ração, plantas e animais mortos, contribuindo para a manutenção do ambiente.”.

 

        Partindo-se dessa exposição percebe-se que são fundamentais para auxiliar no ‘trabalho de manutenção’ alcançando pequenas frestas e locais inacessíveis, além de ser mais um componente em um ciclo biológico equilibrado.

           Considerando-se as observações supracitadas, percebe-se a fundamentalidade das macrófitas e a necessidade de se respeitar a harmônica relação interespecífia de comensalismo dos caramujos para com estas. E, apesar de sermos levados a acreditar que esses seres são ‘ruins’ em aquários, vale lembrar que são extremamente funcionalistas e imprescindíveis em um ambiente.

Antônio Sant’ Anna