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KINGUIOS EM PLANTADOS

KINGUIOS: ALIMENTAÇÃO E PLANTAS

           Também chamado de Japonês e Peixe-dourado (goldfish), o Kinguio teve sua origem na China. Os primeiros registros sobre este peixe datam do período compreendido entre as dinastias Chun (265- 419 d.C.) - quando foi descrita a coloração dourada pela primeira vez - e dinastia Tang (618-907 d.C.). São espécies domesticadas da Carpa “Gibel”.

           Assim como as carpas os kinguios são classificados como onívoros (consomem alimentos de origem animal e vegetal) com tendência herbívora. Basicamente sua dieta é composta por alimentos de origem vegetal sendo complementada com proteína animal. Provavelmente seja daí que surgiu e ainda persiste o conceito de que não é possível manter plantas em aquário com estes peixes.

         O presente artigo visa justamente desmistificar tal paradigma com dicas práticas e dessa forma propiciar a tão sonhada união entre goldfishs e plantas. De maneira objetiva podemos classificar os ataques de kinguios as plantas de duas formas:

a) Ataque às folhas e caules o que pode danificar a estrutura da planta;

b) Ataque as raízes deslocando as plantas do solo.

 

          Mas então como é possível mantermos plantas naturais e japoneses?

          1º - Se você quiser kinguios precisará de espaço! É recomendado apenas aquários acima de 200 litros! Essa dica é importante, pois quanto maior o espaço menor serão as agressões às plantas.

Variedades menores. Ranchu, bolha, celestial e pérola. O primeiro peixe deve ser colocado em um tanque de 120 a 150 litros, para cada peixe adicional considera-se mais 40 litros de água

Variedades maiores. Cometas (não recomendo para aquários), orandas alongados e telescópios alongados (comuns). O primeiro peixe deve ser colocar em um tanque de 150 a 180 litros, para cada peixe adicional considera-se mais 60 a 80 litros de água.

          2º - Plante antes de colocar os peixes. Kinguios são curiosos e reviram o fundo, então as plantas devem estar bem enraizadas.

          3º - ‘’Forre’’ a base das plantas com rochas e/ou cascalho. Obtive bastante sucesso em manter as plantas presas utilizando cascalho grosso e pedras (dolomita) para forrar a base das plantas e dessa forma protegendo as raízes e seu consequente desprendimento do solo.

          4º - Dê preferência em adquirir exemplares pequenos (jovens). Peixes menores se adaptam muito mais facilmente, agridem menos as plantas dando a elas tempo de enraizamento, mas o fato principal é que peixes jovens se acostumam com mais

facilidade com relação a presença de plantas o que certamente aumentará sua taxa de sucesso.

          5º - Dê preferência a variedades mais lentas e menores: É possível a manutenção de qualquer variedade de kinguios com plantas, mas recomendo as menores e mais lentas, tais como pérolas, ranchus e bolhas Evite kinguios alongados como os cometas se seu objetivo é um plantado.

          6º Não tenha medo de tentar. Um aquário nunca é igual a outro, em alguns casos até plantas macias como as elódeas sobrevivem (não é comum, mas pode acontecer). Teste sempre que possível e monitore as plantas novas.

          7º Zona limpa ou neutra. Kinguios adoram revirar o fundo do aquário atrás de comida, então deixe uma área livre para respeitar tal comportamento.

          8º - Alimentação preventiva.

Propicie uma alimentação rica e variada utilizando, preferencialmente, alimentos de origem vegetal e ricos em fibras.

 

          Os kinguios possuem limitações digestivas. Considera-se que goldfishs não têm estômago pois, apesar de possuírem uma seção levemente expandida anterior ao intestino, esta não possui tamanho suficiente para armazenar o alimento ingerido e também (conforme algumas leituras) não produz ácidos gástricos para digeri-lo. A próxima etapa é a passagem rápida do alimento por um longo intestino, onde parte é absorvida e parte (alimento não digerido) é eliminada na forma de fezes. Inclusive a rapidez desta etapa é que faz com que estes peixes procurem constantemente por comida e que seja mais saudável oferecer menores quantidades de alimento mais vezes ao dia.

          Conhecendo isto entramos na segunda parte da história, que é a do “peixe sujão”. Habitualmente a base da alimentação de kinguios é composta de rações, quando não apenas elas. Rações de baixa qualidade serão menos absorvidas o que significa má nutrição, maior quantidade de excrementos e queda da qualidade da água.

          Assim, a saúde do peixe e salubridade do ambiente em que vive passa também pela escolha das rações. Opte pelas de boa qualidade e específicas para kinguios. Varie tipos e inclusive marcas, não se restrinja a uma única. Observe o percentual de extrato etéreo (gorduras), alguns aquaristas recomendam que não seja superior a 5%, outros a 6,5%.

          Prefira as que afundem, de tal forma que não ingiram ar junto com o alimento. Este ar (que pode ficar retido no intestino) é apontado como uma das causas de mau funcionamento da vesícula gasosa. Outra possível causa deste problema é a alimentação exclusivamente seca, pela possibilidade de formação de gases no trato gastrointestinal pela fermentação da ração. O fundo do aquário é o local adequado para os kinguios se alimentarem.

 

          Ampliando o cardápio, podemos oferecer ainda outros alimentos:

* Vegetais – Espinafre, brócolis, couve flor, alface, agrião, pepino, ervilha entre outros e plantas como elodea e lentilha d’água (rica em nutrientes).

* Frutas – Laranja, banana, kiwi, mamão, melancia, estas as mais citadas.

* Alimentos de origem animal vivos, congelados ou liofilizados – Tubifex, bloodworms, artêmias, camarões, larvas, entre outros. Ofereça esporadicamente e em pouca quantidade.

* Patês.

Não se limite: verifique aquilo que os peixes gostam, nem todos os alimentos serão aceitos.

 

          9º - Escolha das plantas. Escolha plantas de estrutura dura e raízes vigorosas (de preferência). Vamos a uma lista resumida das plantas, mais indicadas:

- Anubias sp.

- Aponogeton: capuroni, elongatus, ulvaceus.

- Cryptocoryne: beckettii, nevillii, pontederifolia, wendtii, undulate.

- Echinodorus: amazonicus, argentinensis, berteroi, bleheri "Amazonense", bolivianus var. madagalensis, cordifolius, grandiflorus, horemanni, horizontalis, latifolius, macrophylus, martii "Leopoldina", parviflorus "Tropica", quadricostatus, uruguayensis, "African Tiger","Apart","Kleiner Bar","Ozelot","Rubin","Rubin Broad Leaf","Rubin Narrow Leaves","Schlueteri Leopard", cf. "Osiris".

- Hygrophila: corymbosa, corymbosa"Stricta", difformis, polysperma, palustres.

- Ludwigia sp.

- Microsorum pteropus.

- Nuphar japônica.

- Nymphaea: alba, amazonum, caerulea, jamesoniana, lotus, sp “Rubra”, sp. “Queen of Siam”.

- Sagittaria: gramínea, platiphylla, subulata.

- Salvinia cucullata.

- Taxiphyllum: barbieri “Musgo de java”, sp. “Flame Moss”, sp. “Spiky Moss”.

- Valisneria: americana, gigantea, nana, neotropicalis, spiralis.

- Vesicularia: ferriei, montagnei.

 

KINGUIOS E PLANTAS? SIM, É POSSÍVEL...

          A associação de kinguios e plantas é perfeitamente possível e benéfica ao peixe haja vista que as plantas consomem várias substâncias melhorando a qualidade da água. O sucesso da união entre goldfishs e plantas naturais depende da seleção dos peixes, plantas, forma de plantar, alimentação, estrutura do tanque e sobretudo de paciência e empenho do aquarista, entre outros fatores descritos anteriormente.

Se você aquarista sonha em ter kinguios com plantas não tenha medo de arriscar, se informe, se dedique e verá que essa união é possível.

Solange  Nalenvajko (Xica)

Rafael Giurizzatto Moulin

© 2014 por AQUASAN. Sempre zelando pelo encanto e beleza de seu aquário.

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